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UM GOLE DO UNIVERSO

em crônicas

Em 2016 coloquei como uma das metas do ano "Aprender a fazer um bom nhoque", mas foi só no final de 2018 que finalmente fiz um nhoque com cara e sabor de nhoque. Um prato que eu pensei "Eu pagaria por isso em um restaurante. Não pagaria muito caro, mas pagaria". E considerando meus talentos gastronômicos, pra mim isso foi uma baita conquista, que só foi possível porque eu me empenhei muito mais do que nos anos anteriores. Em um mês eu fiz mais nhoques (e tentativas de nhoques) do que a soma de todas as tentativas dos dois anos anteriores. Eu aprendi empiricamente que a repetição constante é um importante hábito para aprendermos a fazer algo que exige técnica, tal como escrever... Que é uma das minhas metas de 2019 :)

Foto do escritorKaren Harumi

Diário escrito com melanina

Atualizado: 20 de set. de 2019

[7° dia]

O tempo é algo valiosíssimo mesmo.

Se eu fosse em uma vendinha que vendesse tempo, saúde, amor, compreensão, empatia, pipoca com queijo e protetor solar que não deixa a cara branca nem oleosa, que são as coisas que mais ando valorizando nos últimos tempos, o Tempo seria o que eu pagaria mais caro mesmo a sociedade me julgando por não ter mais um bom protetor.


O tempo serve como um óculos que nos ajuda a enxergar o que estava enuviado.

O tempo serve como tempero quando a berinjela se torna tão mais saborosa do que bolacha Trakinas.

O tempo serve como professor, principalmente no amor.

O tempo serve como mãe quando nos obriga a dormir sem querermos.

O tempo serve como uma agenda toda anotada de mensagens de que "à qualquer momento tudo pode mudar".

O tempo serve como uma boa almofada fofa quando nós estamos cansados de trabalhar.

O tempo serve como uma almofada dura e mofada que nos sufoca quando nos traz saudades de alguém que nunca mais irá voltar.

Inclusive foi o tempo que levou e a memória tenta buscar.

O tempo serve como aquele super esfregão da Polishop que absorve todas as nossas lágrimas ao ponto de esquecermos quando começamos a chorar.

O tempo serve como o Twitter do Dalai Lama trazendo reflexões diariamente.

O tempo serve como água sendo tão essencial para se viver bem.

O tempo serve como uma boa poesia rimada que nos faz pensar...

O Tempo é um servo que não serve à ninguém.

É aquele filho bastardo nos filmes que você depois descobre ser o Rei.


Na verdade, eu não sei se o tempo é servo, talvez a comparação fique melhor se eu disser:

O Tempo é como um millennial freelancer, que não trabalha para ninguém, só faz uma ou outra parceria aqui e outra ali com quem puder pagar mais.


O Tempo jamais faria parceria comigo.


O que às vezes me faz desejá-lo ainda mais.


É... Tempo seria o que eu pagaria mais caro, mas eu não sei se seria tão sábio pagar muito sem sobrar algo para levar o protetor. O tempo, sem proteção solar, serve como um alter ego que usa a nossa pele como um diário, escrito com melanina. Ficamos expostos não só ao sol, mas uns aos outros. Mas, ainda assim, o tempo é o que torna todo o resto indispensável, inclusive o protetor.



Poucos meses depois que o Tempo começou a escrever a minha história nas minhas bochechas


Na foto eu estou no centro das minhas irmãs, a do meio, que sempre me fala da importância do protetor solar e a mais velha, que há pouco tempo me fez pensar sobre o tempo

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