[7° dia]
O tempo é algo valiosíssimo mesmo.
Se eu fosse em uma vendinha que vendesse tempo, saúde, amor, compreensão, empatia, pipoca com queijo e protetor solar que não deixa a cara branca nem oleosa, que são as coisas que mais ando valorizando nos últimos tempos, o Tempo seria o que eu pagaria mais caro mesmo a sociedade me julgando por não ter mais um bom protetor.
O tempo serve como um óculos que nos ajuda a enxergar o que estava enuviado.
O tempo serve como tempero quando a berinjela se torna tão mais saborosa do que bolacha Trakinas.
O tempo serve como professor, principalmente no amor.
O tempo serve como mãe quando nos obriga a dormir sem querermos.
O tempo serve como uma agenda toda anotada de mensagens de que "à qualquer momento tudo pode mudar".
O tempo serve como uma boa almofada fofa quando nós estamos cansados de trabalhar.
O tempo serve como uma almofada dura e mofada que nos sufoca quando nos traz saudades de alguém que nunca mais irá voltar.
Inclusive foi o tempo que levou e a memória tenta buscar.
O tempo serve como aquele super esfregão da Polishop que absorve todas as nossas lágrimas ao ponto de esquecermos quando começamos a chorar.
O tempo serve como o Twitter do Dalai Lama trazendo reflexões diariamente.
O tempo serve como água sendo tão essencial para se viver bem.
O tempo serve como uma boa poesia rimada que nos faz pensar...
O Tempo é um servo que não serve à ninguém.
É aquele filho bastardo nos filmes que você depois descobre ser o Rei.
Na verdade, eu não sei se o tempo é servo, talvez a comparação fique melhor se eu disser:
O Tempo é como um millennial freelancer, que não trabalha para ninguém, só faz uma ou outra parceria aqui e outra ali com quem puder pagar mais.
O Tempo jamais faria parceria comigo.
O que às vezes me faz desejá-lo ainda mais.
É... Tempo seria o que eu pagaria mais caro, mas eu não sei se seria tão sábio pagar muito sem sobrar algo para levar o protetor. O tempo, sem proteção solar, serve como um alter ego que usa a nossa pele como um diário, escrito com melanina. Ficamos expostos não só ao sol, mas uns aos outros. Mas, ainda assim, o tempo é o que torna todo o resto indispensável, inclusive o protetor.
Poucos meses depois que o Tempo começou a escrever a minha história nas minhas bochechas
Na foto eu estou no centro das minhas irmãs, a do meio, que sempre me fala da importância do protetor solar e a mais velha, que há pouco tempo me fez pensar sobre o tempo
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