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UM GOLE DO UNIVERSO

em crônicas

Em 2016 coloquei como uma das metas do ano "Aprender a fazer um bom nhoque", mas foi só no final de 2018 que finalmente fiz um nhoque com cara e sabor de nhoque. Um prato que eu pensei "Eu pagaria por isso em um restaurante. Não pagaria muito caro, mas pagaria". E considerando meus talentos gastronômicos, pra mim isso foi uma baita conquista, que só foi possível porque eu me empenhei muito mais do que nos anos anteriores. Em um mês eu fiz mais nhoques (e tentativas de nhoques) do que a soma de todas as tentativas dos dois anos anteriores. Eu aprendi empiricamente que a repetição constante é um importante hábito para aprendermos a fazer algo que exige técnica, tal como escrever... Que é uma das minhas metas de 2019 :)

Foto do escritorKaren Harumi

A Entidade

Atualizado: 20 de set. de 2019

[20º dia]

A Falta de Memória da Minha Irmã Mais Velha é uma entidade que frequentemente visita o nosso lar e que hoje eu resolvi homenagear. Aqui em Dionísio Cerqueira, onde estou há uma semana (sim, só uma semana), já estou com saudades dela, muitas saudades dela, da entidade que geralmente aparece quando minha irmã precisa se lembrar de números e nomes. Por isso, hoje, eu resolvi reunir aqui uma coletânea das melhores aparições da Falta de Memória da Minha Irmã Mais Velha nos últimos anos, que são as únicas que a Minha Falta de Memória se lembra...


O ano era 2014 quando registrei publicamente pela primeira vez a aparição desta já conhecida entidade. Foi o Episódio Piloto da série "Uma irmã que ama e conhece".


Minha irmã mais velha, depois de um longo conselho finalizou com “[...] Aproveita enquanto você ainda tem tempo, Karen, e faz isso antes dos 25 anos.”


“Antes de quantos anos?”


“Nossa, você já tem 25? Então eu quis dizer antes dos 30. 30 dá também.”


29 anos não deu ainda para colocar em prática todos os conselhos que a minha irmã deu nessa época, e tenho pouco menos de três meses para estourar o prazo, mas estou otimista de ainda conseguir. E como se o tempo que me resta já não fosse pouco, em 2018 minha irmã mais velha quase quis me roubar esse tempo enquanto assistíamos The Voice, uma competição musical televisiva que sempre assistimos juntas (assistir variadas competições televisivas é uma tradição nossa que começou lá em 2002 com Super M 20/02 - lê-se Super M Fínte Cêro Dôs, um concurso de modelos de um canal argentino que descobrimos quando tivemos canal pago em nossa casa pela primeira vez). Na televisão um moço garboso arrasava no gogó quando ela soltou:


"Dá pra acreditar que ele é mais novo do que a gente e já consegue fazer tudo isso?"


Eu nem respondi. Na tela, abaixo do nome do participante, vinha a idade dele, 31 anos.


"Eu errei a sua idade de novo, não é?"


"Eu ainda tenho quase dois anos pra conseguir cantar assim!"


E se o fato dela ter errado a minha idade mais uma vez não fosse o suficiente para machucar o meu ego, ela complementou "Olha, Karen... Não me leva a mal, mas acho que nem se você tivesse mais 10 anos você iria conseguir cantar assim."


"Não é você quem sempre me diz que eu devo lutar e acreditar nas minhas ambições mesmo que os outros digam ser impossível?"


"Sim, mas você precisa ser racional também, né? Ele é um homem, você jamais vai cantar como ele, porque sua voz é de mulher! Entendeu?" E então ela riu como se estrelasse a Pegadinha do Malandro e terminou dizendo "...Mas é claro que, se você treinar muito por dois anos e realmente desejar cantar muito bem, eu tenho certeza de que você é capaz."


Mas a minha aparição preferida da entidade da Falta de Memória da Minha Irmã Mais Velha foi ainda em 2015 quando ela foi me indicar um filme que era a "minha cara". A Falta de Memória da Minha Irmã Mais Velha foi tão intensa e seu raciocínio tão singular que isto fez com que a situação ficasse realmente guardado na Minha Memória, e ao contrário de outras vezes que falo "Vou ver sim." e depois nem me lembro da indicação... desta vez eu pude lembrar, ver o filme indicado e a minha irmã tinha razão!*


Apreciei o filme de várias maneiras! Para mim a aparição da entidade foi além de cômica, cósmica :)


Tal qual se estrelássemos nós mesmas um filme do Woody Allen, gravando a cena final do nosso looonga-metragem, estávamos sentadas em umas cadeiras com mesas de madeira no jardim de um shopping, conversando há muito tempo em um ritmo só nosso, esperando alguns falafels, quando:


A INCRÍVEL MEMÓRIA DE MINHA ADORÁVEL IRMÃ MAIS VELHA voltou a agir...


“(...) Eu vi um filme do Woody Allen que é a sua cara. Tem aquele ator daquele filme que você gosta, sabe?”


“Quem? Que filme??”


“Ai, não sei, mas tem também aquela atriz que você adora!”


“Que atriz?”


“Não lembro o nome dela, ela fez aquele filme de zumbi. Ah...” Ela mexeu na bolsa e pegou o celular. “Eu gravei um pedaço no celular pra você ver, ó.” Ela apertou o play.


“Mas ela nem aparece!” (Na verdade não aparecia ninguém na cena) “Qual o nome do filme?”


“É lógico que eu não a gravei! Eu não queria que você visse se eles vão ficar juntos! Mas você tem que ver o filme, você vai amar!”


“Mas eu nem sei qual o filme, como eu iria saber que eles vão ficar juntos?”


“Viu? Só vai saber se você assistir!”


Emma Stone tentando descobrir o título do filme que a minha irmã mais velha me indicou

e Colin Firth cético de que ela descobrirá






*Semelhante a esse momento na minha vida, só teve quando a minha irmã do meio tentou me contar a história do filme O Predestinado (Predestination) que merece uma participação própria aqui no blog em algum dia futuro.

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1 comentário


bsgarcia18
03 de fev. de 2019

HAHHAAAHHAAHHAHAHAHAHAHAAHAHHA

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